quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O que há por trás do frio??

A neve chegou em Estocolmo. 1 grau.. zero grau... -1 grau... é neste ritmo que estamos vivendo aqui: poe meia-calca, poe calca jeans por cima, blusinha de manga comprida, blusa de lã por cima, sobretudo, cachecol, luvas e um gorrinho, além de meias e botas. Chega na faculdade tira o gorrinho, o cachecol, as luvas e o sobretudo. Assim é para entrar no metrô e sair dele, entrar num restaurante, entrar no supermercado. Aquele amarelo lindo das árvores foi embora... as folhas caíram uma por uma até ficarem todas no chão. Alguns animais, como os ursos, as cobras, Volverines irão dormir por mais de 4 meses. A bicicleta está aposentada... pois agora é perigoso usá-la. O frio faz uma camadinha bem fina de gelo no asfalto que faz derrapar. Os pneus dos carros já foram trocados por outros com pinos de ferro. A luminosidade do dia vai embora bem cedo... agora às 15:30h da tarde. Os dias ficaram curtos, o seu corpo pede pra dormir... chove... chove fininho... e muito. O dia nao é ensolarado, nem azul... é cinza. As pessoas andam cobertas por roupas e com passadas largas, quase correndo. Não é preciso dizer que novembro é o mês mais odiado pelo suecos. Sim, eles odeiam. Há suecos que moram 6 meses aqui (na primavera e verão) e os outros 6 meses na Espanha (no outono e no inverno).

Acontece que a Thaís é brasileira. Dona de uma pele branca refletora, mas com muito samba no pé, alto-astral e otimismo. Eu amo Estocolmo. Amo a Suécia em geral. Pierre disse que já tenho o chamado “espírito sueco”, pois não importa o país que conheco aqui na Europa, sempre concluo que “não são iguais a Suécia”. Sinto que, durante este mês frio e escuro, os suecos gostariam de incorporar a Thaís brasileira e ir aproveitar as praias e o calor que eu deixei pra trás. Mas eu pergunto: o que há por trás do frio? Atrás do frio tem o aconchego do lar, tem a união dos amigos, tem as milhares de luzes amarelas espalhadas pela cidade, tem o chão que fica brilhando como purpurina quando está virando gelo, tem um café quentinho com biscoitinhos que acabaram de sair do forno, tem as viagens de ski, tem fotos maravilhosas, tem a neve! As bochechas ficam rosadas, as pessoas ficam elegantes e os cinemas ficam lotados! Hehe :) Vejo que todos já se acostumaram a aproveirar os 3 meses de verão ao máximo e apenas deixar o inverno de lado... Mas mesmo com todo este frio e escuridão a vida continua por aqui, ao contrário do Brasil que choveu, a cidade parou.

Apesar de todo o respeito que tenho pelo povo sueco, tenho a minha teoria que chamo de “a cultura do frio”. Vocês já devem ter lido a respeiro da minha primeira teoria “a cultura da mudanca de lugar”, onde não se fica no mesmo lugar durante uma noite inteira de farra. Tem que se mudar de lugar no mínimo umas três vezes, o que explica a quantidade de jovens pra lá e pra cá nos dias de sábado à noite. Mas retornando à minha segunda teoria, a chamada “cultura do frio” significa que não importa quantos graus estejam lá fora, as pessoas se cobrirão com todas as roupas que elas têm no guarda-roupa pelo senso comum de ser inverno. Vocês podem achar que o fato de ser inverno é o fator óbvio que explica essa overdose de agasalhos, mas vou provar que não. Eu não estou muito certa se a explicacão seria a imposicão e influencia da moda, mas que existe um certo exagero existe sim. Um exemplo que legitimize o meu pensamento seria eu mesma: 1 grau do lado de fora e lá foi eu imitar o restante da populacao. Coloquei tudo aquilo que descrevi lá em cima e o resultado foi que fiquei tão suada que me deu um desespero e tirei todos os acessórios que eu tinha. No comeco quando cheguei aqui, sentia um frio que penetrava meus ossos. A temperatura variava de 8 a 5 graus. Ventava... e aquilo fazia tudo parecer pior. Mas após 3 meses, o meu corpo se adaptou e a verdade é que hoje, de 4 pra -1 grau não vejo mais tanta diferenca. É frio? Claro que é. Mas não mata, como muita gente pensa. Na minha opinião o pensamento aqui é assim: o inverno chegou! Meia-calca, meia ¾, meia grossa, fina, polaina, soquete, cachecol de todas as cores, gorros de divernos tecidos, o sobretudo da moda! É um desfile, é a moda.. e não necessariamente a temperatura. O grande motivo de eu ter criado essa teoria é que se eu, que sempre fui friorenta, brasileira, acho que não é preciso tanta roupa assim, por que alguém que nasceu aqui, que enfrenta isso todo ano, faz todo esse auê? Em janeiro quando fizer não-sei-quantos-graus negativos, não irei duvidar, mas AGORA? Agora não é hora!

P.S: A resposta que alguns suecos já me deram: “Ah é?? Você acha Thaís?? Aguarde!!” hehehe J

Este “artigo” é pra criar polêmica mesmo. Aliás, estou fazendo um mestrado pra isso, pra falar de coisas polêmicas!

Depois de tanto falar de frio, algumas fotos do final do verão! As pessoas sentadas no campus da faculdade... estudando no sol! O meu Pierre trancando a bicicleta no comecinho do outono (já dá pra ver o verde indo embora e ficando tudo amarelinho). E finalmente, eu e meu primeiro livro da faculdade: Terhi Rantanem, the media and globalization. :)

Depois vocês verão a praca central de Estocolmo (o xadrez, como eu a chamo) - lugar de manifestacões polícias, turistas, imigrantes, lojas... além de fotos da nevezinha inicial, um nenêm muito fofo que vi na rua, Pipi e eu fazendo graca, Marie, Rolf e eu jantando juntos, o afilhadinho do Pierre, o Theo (de 7 meses), Pipi numa simulacão da ONU, onde ele era o Embaixador da Alemanha (!!!!), um lugar lindo daqui, camado Kunsträdgården Depois vocês verão a praca central de Estocolmo (o xadrez, como eu a chamo) - lugar de manifestacões polícias, turistas, imigrantes, lojas... além de fotos da nevezinha inicial, um nenêm muito fofo que vi na rua, Pipi e eu fazendo graca, Marie, Rolf e eu jantando juntos, o afilhadinho do Pierre, o Theo (de 7 meses), Pipi numa simulacão da ONU, onde ele era o Embaixador da Alemanha (!!!!) e a foto-montagem de vcs, meus amigos e família que o Pierre fez pra mim :)





Uma amiga da faculdade, Jasmin, veio da Alemanha com o seu cachorro Cuba. Como o “animalzinho” (que é gigante) precisaria de espaco e ar fresco, ela achou uma casa beeem distante para morar: em Kungsängen! Esta região fica bem no norte de Estocolmo e para se chegar na casa dela são 5 km após o máximo que o trem pode te levar. Sentiram? Ela deu uma festa e todos nós dormimos por lá. De manhã Pipi e eu fomos dar uma caminada pela “floresta” e achamos vacas, cavalos, estábulos, lago e até um castelo, acreditem de quiser! O castelo hoje pertence à uma família composta de apenas 3 pessoas! A mãe, o pai e a filha. A casa tem 60 quartos e os 3 vão prá lá 1 vez ao ano. Como é mesmo a frase? Quem pode, pode, quem não pode se...? Se SACODE! Curtam as fotos! Detalhe para as casas de madeira pintadas de vermelho, símbolo da Suécia.

ôooo saudade da fazenda!!! Também senti saudades de postar aqui. Peco desculpa pela qualidade das fotos. Minha camera quebrou o display e por enquento estou me virando com fotos tiradas pelo celular. Aguardo os comentários! Um grande abraco!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Dublin - Irlanda

Leitores, mil perdões!! Não abandonei o Blog... O motivo pelo qual fiquei sem postar tanto tempo foram os afazeres escolares + viagem interna na Suécia + a minha mais recente ida à Irlanda :D E é com esta última que vou comecar a contar pra vocês as minhas histórias!


Tenho uma prima, a Viviane, que está há 5 meses morando na Irlanda, em Dublin. Nós passamos toda a nossa infância juntas e ficamos sumidas uma da outra por um bom tempo... foi neste clima que nos reencontramos e pudemos dar boas risadas dizendo que “a gente não se encontra em Goiás, mas sim em Dublin!!!” hahaha!! Mas a chegada não foi tão tranquila assim como parece não... chegando no aeroporto tinha uma fila de mais ou menos 200 pessoas esperando os taxis e mais 300 esperando os ônibus. A vivi tinha me falado que daria uns 20 euros até a casa dela e que este era o máximo que poderia dar. Acontece que o taxista “irish” errou o endereco dela 2 vezes e eu já estava torcendo o nariz quando o reloginho marcava 33 euros. Foi o bastante para decidirmos que ele podia parar, pois estava mais perdido do que a gente. Mas ele enterpretou pelo lado pessoal e comecou a brigar com a gente, com “fuck#%#%” pra cá, e “shit#¤#” pra lá! Ele sabia que tinha dado muita volta e resolveu fazer um discontinho simbólico de 3 euros... foi quando eu fiquei muito brava..heheh :D O pierre com o sangue azul dele (com bolinhas coloridas) não queria stress e resolveu tudo na calma, mas eu... brasileirinha... depois de escutar o taxista mal-educado gritando com a gente, mandei ele bem pra aquele lugar com estilo: em inglês britânico!!!

Vivi mora com mais 5 brasileiras num apartamento no centro de Dublin. Foi com elas que passamos um final de semana bem gostoso e engracado.


Pipi e eu comecamos o nosso turismo pelas igrejas de pedra espalhadas por toda a cidade que, apesar dos seus 1.5 milhão de habitantes, dá a impressão de ser pequena. Achamos Dublin triste, talvez porque é toda cinza com marrom, construída em pedra, com arquitetura gótica, que deixa um aspecto carregado. A religião do país é o catolicismo e a língua nativa é o gaélico. Estou ressaltando isto porque em todas as placas, sinais e às vezes até os nomes dos pubs, estão escritos em gaélico. Ao contrário de nós, que não aprendemos o tupi-guarani, as criancas aprendem a antiga língua na escola :)

Como o volante dos carros é do lado direito, a direcao que os carros tomam nas ruas também é contrária (a famosa mão inglesa). Mas disso muita gente sabe.. o interessante disso é que devem ter acontecido muitos acidentes com turistas que olhavam o lado errado antes de atravessar, heheheh, e por isso tem sinais em todos os semáforos, como este na foto abaixo :D

Visitamos a Christ Church, o prédio mais antigo de Dublin (construído no século 11), o castelo de Dublin (na época da colonizacão inglesa), a Universidade Trinity College, o parque da cidade, passamos diversas vezes pelo rio Liffy que corta a cidade, a fábrica da Guiness (uma das cervejas mais famosas da Europa), a destilaria de wisky John Jameson, tomei café com vodka e visitamos muitos pubs, claro! Porque ir à Irlanda, não entrar num Irish pub ou não beber, é não ir lá :D Irlanda = álcool. As pessoas bebem, bebem, bebem MUITO! Por isso, todos os pubs fecham às 2h da manhã, para evitar que as pessoas bebam mais, acreditam?

"Deus criou o álcool para empedir os Irlandeses de liderar o mundo!" :D



Achei que a cidade é bastante masculina e que nem os homens, nem as mulheres ligam muito para o que estão vestindo ou fazendo. É relax total. O que vale pra eles é: onde tem um pub mais perto??? Heheheh :D

A seguir, curtam os comerciais da cerveja Guinness! Será que a gente pode ser contratado? :D






A outra viagem de que falei antes foi para a cidade de Uppsala, a cidade universitária da Suécia, onde o Sebastian (amigo do Pierre) mora. Os vikings, 800 a.C tiveram uma vila em Uppsala. É a cidade do conhecimento, a cidade científica. Pessoas famosas como Celsius, que inventou o termômetro, Liné, o pai da botânica e outras muitas pessoas que ganharam prêmio Nobel vieram de lá. Por isso, a cidade tem muitos estudantes, estacionamento para bicicletas e muitas, muitas festas de estudantes! Fomos à Catedral, ao Museu Gustavianum (onde vi uma múmia verdadeira!!!) e ao teatro.
-Quer fazer uma doacão? Na igreja de Uppsala se você não trouxe um trocado, eles aceitam VISA ou MASTERCARD!! :0

Gostaria de contar pra vcs que fiz minha primeira prova de sueco e tirei um lindo “A”!!! Fiquei muito feliz! Aí vai uma palavrinha bem pequenininha pra vcs adivinharem o que é: :D
O inverno vai chegar e tivemos que nos despedir do barco, pois como tem o perigo do mar congelar completamente (ao ponto de vc poder andar sobre ele!), todos os barcos são proibídos de navegar depois de uma certa data. Apesar do vento gelado, podemos curtir o sol e estudar um pouquinho. A seguir, coloco fotos legais pra vcs curtirem!

Pierre e eu escrevendo um cartão de aniversário:
Saindo à noite: Pierre, Robin, Christian, Philip e eu:

Fotos do outono:
Vodka absolut em tamanho encomenda, quem vai querer?

Tô enrolada até pescoco!!


Acai em versão internacional!

P.S: Fui num pub em Estocolmo, onde uma banda de jazz estava tocando. Adivinha quem foi lá cantar Garota de Ipanema?? As gringas brasileiras: Giovana (minha colega de mestrado) e eu!! Imaginem a galera “sambando”???!! :D

Fiquem todos com Deus e até a próxima! Abracos meus!